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sábado, 24 de junho de 2023

Tenho 50 anos, portanto a minha adolescência ficou lá para trás, longe ...

Mas lembro-me de tudo, claro. Sobretudo lembro-me como tudo era intenso.

A curiosidade era intensa, ansiedade quase, em relação ao futuro, em relação à vida de adulto, à vida profissional, à vida amorosa. Essa curiosidade é um sentimento dual, pois por um lado há impaciência, quero experimentar tudo já, quero correr para frente, viver todas as experiências que, tenho a certeza, estão à minha espera para serem vividas. Por outro lado, há medo. Serei eu capaz de viver uma vida independente, sem o apoio dos meus pais ? Serei eu capaz de ganhar dinheiro suficiente para viver bem ? Suster uma família minha ? Entre todas essas experiências que estão à espera para serem vividas, provavelmente haverá algumas boas e outras más ...

Agora, olhando para trás, vejo que esse adolescente - que eu era - tinha razão.

Tinha razão em sentir curiosidade, em querer experimentar. A vida é, realmente, uma aventura extraordinária, uma viagem maravilhosa. Viajar, conhecer o mundo, aprender lińguas, conhecer pessoas, tantas, tantas coisas que  podemos fazer e que nos fazem sentir como a vida é boa ...

Poderia dizer "não havia razão para estar ansioso, as experiências chegam a nós, não precisamos de apressá-las". Certo, mas é impossível pedir a um adolescente que espere com calma e serenidade que as experiências cheguem a ele. A adolescência é assim mesmo, irrequieta, apressada, aliás este é o "charme" da adolescência.

Tinha razão em ter medo. Mais cedo ou mais tarde, experiências dolorosas vêm ter connosco e é impossível evitá-las, contorná-las. Doença, nossa ou de pessoas próximas. Morte de pessoas que amamos ou mesmo de animais que nos são queridos. Falhar. Sentir-se injustiçado.

Somando e subtraindo, será que a vida é mesmo boa ? Vale a pena viver ?

Vale a pena sim. A vida é como uma viagem. Pode ser difícil, aliás por vezes quanto mais difícil mais interessante é. Podemos ganhar arranhões ou mesmo feridas ao longo do percurso. Mas a viagem não deixa de ser maravilhosa.


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