Não por ser o melhor que já li. Não por ser o mais bem escrito. Não por ser o mais literário. Não por ter a história mais fascinante. Por nenhuma dessas comuns razões e atributos que se usam para classificar o livro favorito. Vou contar-vos a nossa história (minha e do Fernão Capelo Gaivota, entenda-se).
Não me lembro exactamente a idade que tinha, foi entre o 16 e os 17. Na pré-história da informática e da internet, a malta usava as bibliotecas. Em Santarém havia uma que era a minha casa diária, ficava estratégicamente em frente à Rodoviária e nas infindáveis horas, que passava à espera da camioneta da carrera para ir para casa (traduzindo para miúdos: autocarro), era lá que morava. Devorei centenas de livros nesse espaço. Num desses dias chamou-me a atenção o título deste livro. Por ser apático, por não dar um único indício sobre o que era a história. Ao ler a sinópse quase desisti. Era a história de uma gaivota!!! Mas ao folhear vi que tinha imagens lindas de gaivotas em todas as posições e resolvi dar-lhe uma chance.
Ainda bem que o fiz.
A adolescente que não se enquadrava.
TUDO isso e muito mais se espelhava na Sílvia adolescente que vibrou ao ler aquelas páginas. Abriu-me os olhos para algo mais. Entendi que o que sentia tinha sentido e que a vida era muito mais do que aquilo que o mundo material e a sociedade me dava...
E NUNCA mais parei de voar...
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